A confirmação da identidade da mulher morta pelo próprio marido em Simões Filho trouxe ainda mais dor para a família e para a comunidade. A vítima do feminicídio é Josy Amora, e o homem que tirou a vida dela e a própria foi identificado como Luiz Mateus, de 28 anos, segundo informou a Polícia Civil.
O casal
Luiz trabalhava como motorista de aplicativo. Já Josy era dona de casa e se dedicava aos cuidados da filha.
Amigos e moradores de onde o casal viveu por muitos anos, ficaram devastados com a notícia. Uma pessoa próxima relatou que viu Luiz crescer e não consegue acreditar no que aconteceu, algo que se repete entre vizinhos, conhecidos e familiares. O melhor amigo dele, que o acompanhou desde a infância, não consegue parar de chorar.
“Eu vi ele nascer e ainda não consigo acreditar no que aconteceu. A mãe dele está arrasada, sem chão. O pessoal aqui da Cidade Baixa também está em choque, todo mundo devastado. Ele sempre foi um menino bom, um filho presente, nunca imaginamos que seria capaz de algo assim. Ninguém consegue aceitar essa realidade, é difícil acreditar até agora”, disse uma pessoa próxima.
O casal vivia em uma área conhecida como CBX, no Bonfim, no Caminho de Areia, na região da Cidade Baixa, no Bonfim, em Salvador. Porém, há poucos dias, eles haviam se mudado para Simões Filho após uma briga que gerou medo de voltar ao bairro anterior. Moradores comentam sobre essa mudança repentina, enquanto a polícia segue verificando cada detalhe para entender melhor o que pode ter levado ao crime.
Essas peças, quando colocadas juntas, mostram como a relação já tinha sinais de tensão muito antes da tragédia. Mas nada preparou a família para o que viria a seguir.

O que aconteceu no Atakarejo
As horas que antecederam o crime estão mais claras agora. Informações de popularess apontam que Josy estava na academia do Atakarejo instantes antes da morte. Ela saiu por volta das 17:00 da tarde de sexta-feira (21), e Luiz chegou dirigindo um Renault Sandero prata para buscá-la.
Testemunhas afirmam que os dois discutiam enquanto subiam a rampa que liga a área interna do supermercado ao estacionamento, algo que chamou a atenção de quem passava por ali. A discussão não diminuiu. Pelo contrário, ficou ainda mais intensa quando chegaram ao carro, parado perto da saída.
Poucos minutos depois, tudo desabou. A sequência de acontecimentos foi rápida, quase impossível de acompanhar. Logo foram ouvidos cerca de cinco tiros. O casal estava no estacionamento do Atakarejo, na Avenida Elmo Serejo de Farias, no CIA 1, mas as informações iniciais indicam que moravam em uma comunidade no CIA II.
Ações da polícia e primeiros achados
Clientes relataram ter ouvido disparos e ficaram paralisados quando perceberam que algo grave tinha acontecido. A 22ª CIPM chegou rapidamente ao local. O carro estava trancado e cercado por curiosos que tentavam entender o que se passava. Para entrar, os policiais quebraram o vidro traseiro.
Lá dentro, encontraram Josy ferida sobre o corpo de Luiz. Os dois tinham sido atingidos por tiros. Esse detalhe pode ajudar a perícia a reconstruir a ordem exata dos disparos e entender como tudo ocorreu, já que não havia sinais de luta fora do veículo.
A pistola encontrada dentro do Sandero tinha sete munições intactas, o que reforça a linha principal da investigação: feminicídio seguido de suicídio.
As equipes do Departamento de Polícia Técnica analisaram a área e, depois do isolamento da cena, liberaram os corpos para serem levados ao IML de Salvador, onde exames mais detalhados vão indicar a distância dos tiros, o horário preciso das mortes e outras informações fundamentais para a conclusão do caso.












