Parar em postos de combustíveis deveria ser um ato automático. Você abastece, paga e segue viagem. Porém, muita gente tem descoberto que, em alguns locais, a rotina muda rápido e vira prejuízo. E dos grandes. Há relatos de motoristas que perderam mais de R$ 2 mil por causa de um golpe que voltou a circular: a famosa seringa com óleo queimado, revelada por um ex-frentista à RBS TV.
Como funciona o golpe dentro dos postos de combustíveis
O truque começa antes de qualquer tampa ser aberta. O frentista se aproxima com uma simpatia calculada e oferece um “cuidado extra”. Pode ser completar a água do limpador, verificar o motor ou checar o nível do óleo. Muitos motoristas, distraídos ou com pressa, aceitam sem pensar muito. É aí que o problema entra em cena.
Enquanto despeja água no reservatório, o funcionário puxa do bolso uma seringa carregada de óleo queimado. Em poucos segundos, pinga o líquido escuro em pontos onde a sujeira se espalha rápido. A fumaça aparece quase na hora, criando uma cena que assusta qualquer um.
A mudança de tom vem logo depois. O frentista fala sério, aumenta a urgência e solta a frase que derruba o motorista: “Não liga o carro, está pegando fogo!”. Como não ficar nervoso? É justamente isso que eles esperam.
A partir daí, tudo vira pressão. O funcionário afirma que o óleo venceu, alerta sobre risco de danos e insiste em uma troca imediata. Muitos aceitam porque acreditam estar evitando um problema grave.
A conta chega pesada
Quando o motorista percebe, a fatura já explodiu. Entram nela:
- aditivos superfaturados
- serviços desnecessários
- peças trocadas sem autorização
Não é raro a conta final ultrapassar os R$ 2 mil. Uma cliente, por exemplo, abasteceu R$ 50 e saiu pagando R$ 2,6 mil. Só os aditivos custaram R$ 149 cada, embora o fabricante venda por cerca de R$ 23.
Quem cai mais no golpe?
As vítimas mais frequentes são idosos, mulheres e donos de carros novos. São perfis que confiam mais no que o frentista diz por falta de familiaridade com o motor. É exatamente essa brecha que os golpistas exploram.
Além do prejuízo, há risco mecânico
O excesso de aditivos prejudica o carro. O engenheiro mecânico Jorge Luiz Silva explica que produtos em grande quantidade aceleram o desgaste de peças já frágeis. E isso pode abrir caminho para defeitos ainda mais caros.
Casos recentes mostram o tamanho do problema
Um estudante de Agronomia, em fevereiro, abasteceu R$ 100 e saiu pagando R$ 629. Ele assinou uma ordem de serviço em branco achando que era só cadastro. Depois descobriu cobranças por produtos que nem autorizou, incluindo mais aditivo do que o reservatório comporta.
Como se proteger nos postos de combustíveis
- Questione diagnósticos feitos às pressas.
- Não assine nada em branco.
- Pesquise o preço real de aditivos.
- Peça nota fiscal sempre.
Golpes como o da seringa com óleo queimado mostram até onde alguns postos vão para arrancar dinheiro de motoristas. E reforçam a importância de estar atento a cada detalhe do atendimento. Informação, hoje, vale tanto quanto combustível.












