Um novo projeto, o PL 1745/2025, deve estabelecer uma regra mais rígida para dirigir alguns modelos de carros e motos no Brasil: apenas motoristas a partir de 25 anos poderiam conduzir esses modelos especificos que vamos detalhar mais abaixo.
O texto também fala em tempo mínimo de habilitação, histórico limpo e multas mais pesadas. O tema mexe muito com o mercado. Mas o que essa mudança realmente significa para o dia a dia do trânsito?
O que é a mudança
O Projeto de Lei 1745/2025 estabelece novas regras para quem deseja dirigir veículos de alta potência no Brasil. O texto determina que apenas pessoas com 25 anos ou mais, que tenham pelo menos cinco anos de habilitação e não tenham cometido infrações graves ou gravíssimas, poderão conduzir carros com 200 cavalos ou mais e motos acima de 500 cilindradas. A proposta também prevê multas mais altas e a possibilidade de retenção do veículo caso o motorista não atenda aos requisitos.
O que muda na prática
O texto define com clareza quais veículos entram na categoria de alta potência:
- Carros com motor de 200 cavalos ou mais,
- Motos com 500 cilindradas ou acima,
- Modelos classificados pelo Denatran como de alta performance.
- Para ter acesso a esses veículos, o condutor deverá atender a requisitos essenciais.
Para carros
- CNH categoria B válida,
- No mínimo cinco anos de habilitação,
- Nenhuma infração grave ou gravíssima no período.
Para motos
- Os mesmos critérios, com CNH categoria A.
Multas e punições podem ficar mais duras
Se o motorista descumpre as regras após a aprovação da lei, comete infração gravíssima e recebe multa triplicada. Os agentes de trânsito ainda podem reter o veículo até que chegue alguém habilitado dentro dos critérios exigidos. O objetivo é claro: reduzir riscos e evitar que condutores sem experiência assumam o controle de veículos de alto desempenho.
Autor da proposta
O Projeto foi apresentado pelo deputado Fred Linhares, do Republicanos. Na justificativa, ele aponta um cenário que preocupa há anos: a alta participação de jovens em acidentes graves. E não se trata de percepção. É dado concreto.
Uma pesquisa da Santa Casa de Misericórdia de Franca, no interior de São Paulo, mostrou que 64% das mortes envolveram motos e 36% carros. A maioria das vítimas era homem, entre 18 e 22 anos, muitas vezes conduzindo veículos de alta potência. Quando se olha esse recorte, a intenção do projeto começa a fazer mais sentido para parte dos especialistas.
Reação do público: apoio e resistência
A proposta dividiu opiniões. Quem defende o projeto reforça que proteger vidas deve estar acima de qualquer desejo de consumo. Por outro lado, muitos motoristas e motociclistas argumentam que idade não é sinônimo de preparo. Eles sugerem alternativas como cursos extras ou avaliações específicas para veículos potentes.
Possíveis reflexos no mercado automotivo
O projeto também deve impactar o mercado de carros esportivos e motos de alta cilindrada. Muitos jovens planejam comprar esses modelos logo após conquistar a CNH, mas teriam de adiar esse sonho. Isso pode alterar estratégias de venda, sobretudo entre montadoras que miram consumidores mais novos.
Para quem já passou dos 25 e mantém a documentação em dia, nada muda.
Como está a tramitação
O PL 1745/2025 ainda será analisado pelas comissões da Câmara. Depois, segue para votação no plenário e, se aprovado, vai ao Senado. Só após todas essas etapas poderá ser sancionado. Até lá, o tema promete gerar debates intensos entre parlamentares, especialistas e motoristas.












