A discussão sobre a nova CNH ganhou velocidade em Brasília. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou o Ministério dos Transportes a avançar com a proposta que retira a obrigação das aulas em autoescolas para quem quer obter a Carteira Nacional de Habilitação. A medida, defendida pelo ministro Renan Filho, deve ganhar forma nos próximos dias, com a aprovação da resolução final do Contran.
A mudança busca abrir caminho para algo mais amplo. O governo quer facilitar o acesso à CNH para cerca de 20 milhões de brasileiros e, ao mesmo tempo, modernizar o funcionamento das próprias autoescolas, reduzindo custos e ampliando alternativas de formação.
Quanto vai custar a CNH
As taxas continuam sob responsabilidade dos Detrans estaduais. Mas, com o fim da obrigatoriedade de aulas e com mais opções de estudo e prática, a expectativa é de que o custo total da CNH deve cair de maneira significativa, chegando à faixa dos R$ 600 em muitos estados.
Passo a passo para tirar CNH com o novo modelo
1. Requisitos básicos continuam os mesmos
Os critérios de entrada seguem diretos e conhecidos. O candidato precisa ter, pelo menos, 18 anos, ser alfabetizado, apresentar um documento de identidade e possuir CPF.
2. Como abrir o novo processo da CNH
Depois de cumprir os requisitos, o futuro motorista pode iniciar tudo pelo aplicativo ou site do Detran do seu estado. O atendimento presencial continua disponível, mas o sistema digital já permite acompanhar cada etapa pelo Renach, o Registro Nacional da Carteira de Habilitação.
Essa digitalização acelera o processo e cria uma experiência mais transparente, algo que muitos candidatos sempre pediram.
3. Estudo teórico sem exclusividade das autoescolas
Agora, o ponto que realmente muda o jogo. O curso teórico deixa de ser exclusivo das autoescolas, e a antiga carga mínima de 45 horas sai do caminho. O candidato escolhe como prefere aprender. Entre as opções disponíveis:
- Curso on-line do Ministério dos Transportes,
- Aulas presenciais ou a distância em autoescolas,
- Escolas públicas de trânsito, como o próprio Detran,
4. Instituições credenciadas.
Quem optar pelo ensino remoto confirma a identidade digitalmente com a conta gov.br. Existe a chance de que o governo ainda defina uma carga mínima para as aulas práticas após o fim da consulta pública, mas essa decisão ainda está em debate.
5. Coleta biométrica
Concluída a parte teórica, o candidato segue para o Detran para registrar foto, digitais e assinatura. Essa biometria precisa ficar no sistema para liberar as etapas seguintes e garantir que ninguém faça provas no lugar de outra pessoa.
6. Exames médicos e psicológicos
Os exames seguem obrigatórios. O agendamento ocorre nas clínicas credenciadas do Detran, como já acontece hoje.
7. Aulas práticas passam a ser opcionais
Aqui está uma mudança que promete impacto direto no bolso. A exigência mínima de 20 horas de direção deixa de existir. O candidato pode continuar contratando aulas em autoescolas ou escolher um instrutor credenciado pelo Detran. O carro usado na prova pode ser do instrutor ou do próprio aluno.
Essa flexibilidade deve reduzir custos e pressionar o valor final da CNH para baixo.
8. Exame teórico
A prova teórica permanece obrigatória. O Detran agenda e aplica, de forma presencial ou on-line, dependendo da estrutura do estado. A aprovação exige 70% de acertos. Quem reprova pode tentar novamente quantas vezes for necessário.
9. Prova prática
O exame de direção continua, claro. O candidato começa com 100 pontos e precisa terminar com pelo menos 90 para ser aprovado. Caso reprove, basta reagendar e tentar outra vez.
10. Da Permissão à CNH definitiva
Após o exame prático, o motorista recebe a Permissão para Dirigir, válida por um ano. Nesse período, ele não pode cometer infrações graves, gravíssimas ou repetir infrações médias. Se tudo correr bem, a CNH definitiva é emitida automaticamente.












