Uma armadilha vem se espalhando pelo Brasil e atingindo em cheio um público muito específico: homens casados, geralmente entre 40 e 60 anos. O esquema cresce rápido, e os relatos se repetem quase como um roteiro. A técnica usada pelos golpistas mistura sedução, manipulação e uma boa dose de pressão psicológica e tem deixado estrago em todo o Brasil. Muitos homens têm entrado em pânico e até perdido a família por causa desse golpe.
Como tudo começa
Os criminosos escolhem suas vítimas observando perfis no Facebook. Eles procuram homens maduros, com sinais claros de que são casados, já que muitos exibem fotos de família, viagens e bens. Depois dessa triagem, entra em cena o primeiro ato do golpe.
Uma garota, sempre com aparência de 20 e poucos anos, bonita e simpática, envia uma mensagem privada. O texto costuma ser curto e direto. Algo como: “Desculpa te incomodar, mas achei você muito bonito. Tenho atração por homens mais velhos.” É o suficiente para acender a vaidade do homem casado.
O ego reage, e o homem responde. Começa ali uma troca de mensagens rápida, casual, quase inocente. Só que nada ali é casual. É calculado.
A migração para o WhatsApp
O próximo passo vem logo. A jovem sugere mudar a conversa para o WhatsApp. Ela diz que é mais fácil, mais privado, e muitos aceitam sem hesitar. Nos dias seguintes, o clima da conversa muda. As mensagens ganham tom íntimo. Até que ela manda um vídeo e pergunta se ele pode mandar um vídeo íntimo também.
O homem se impressiona, elogia o vídeo da garota e conversa mais um pouco. A jovem insiste: “Manda um nudes também.” E ele manda. Esse é o ponto em que tudo vira a vida do homem.
O golpe entra em ação
No dia seguinte, o telefone da homem toca. Do outro lado da linha, um homem com voz forte e agressiva. Ele se apresenta como pai da garota. O discurso é sempre o mesmo. A filha seria menor de idade, teria sido encontrada chorando, levada ao hospital, e agora estaria em tratamento psicológico por causa do suposto “relacionamento virtual com um adulto”. Para aumentar o medo, o golpista cita a lei brasileira e lembra que se envolver com menor é crime no país.
O golpista acusa o homem casado do crime. Grita. Ameaça. Diz que a família já gastou R$ 10 mil com médicos e advogados para a filha. Ele exige que o “responsável” ajude a cobrir os custos. O homem casado entra em pânico. E quando alguém está com medo, paga. Muitos fazem um Pix de R$ 10 mil na hora.
A segunda fase do golpe: o repique
Quando o dinheiro entra na conta dos golpistas, começa o “repique”. No dia seguinte, surge outra pessoa na história. Agora, alguém finge ser um delegado. Esse falso policial diz que o pai da garota esteve na delegacia e que o caso pode virar um processo. Depois, ele sugere que, se o homem pagar mais um valor, toda acusação pode “desaparecer”.
O homem, já emocionalmente destruído, continua pagando. Paga até perceber que não tem mais como. Ou até notar que algo não bate.
A ameaça final
Quando os golpistas sentem que o homem casado não vai mandar mais dinheiro, partem para a fase mais cruel. Eles dizem que vão enviar os vídeos íntimos para a esposa, filhos, colegas de trabalho. A pressão psicológica chega ao limite. Muitos relatam noites sem dormir.
E é por isso que esse golpe virou o “golpe da moda para homens casados”.
Como se proteger
• Não confie em perfis desconhecidos
• Desconfie de elogios exagerados de pessoas muito mais jovens
• Nunca envie fotos íntimas
• Se cair no golpe, procure a polícia imediatamente












